Os fins justificam os meios.
“Um príncipe não pode se limitar a todas as coisas consideradas virtuosas aos homens.” [Maquiavel]
Historiador nascido em Florença na Itália veio de uma família simples, mas com recursos que propiciaram uma educação considerável, estudou na Universidade de Florença e trabalhou na chancelaria da república como missionário diplomático. Após a queda do governo para qual trabalhava foi exilado, preso e torturado; escreveu então o livro O Príncipe, a quem dedicou ao então governante Lorenzo de Médici.
Maquiavel vivia em uma época em que a Itália era dividida por repúblicas, estados pontífices e territórios milicianos; todos em disputas entre si o que os tornava presa fácil para potências estrangeiras. Dedicou seus textos a descrição de sistemas políticos, e é famoso pelo livro O Príncipe que revela práticas nada humanas, solidárias e virtuosas; o que rendeu o termo Maquiavélico como sinônimo de crueldade, impiedade, dissimulação e ambição sem escrúpulos e limites. O livro descreve o comportamento de um bom governante como tendo a astúcia de uma raposa e a ferocidade de um leão; acrescenta que um governante não pode ser exposto a luz da moralidade como o resto da população muito menos a crenças religiosas e espirituais, ou seja, um governante pode fazer o que é considerado imoral e incorreto para alcançar o sucesso e admiração de seu Estado, esta sim a única virtude a ser conquistada.
Descreveu também que é importante a um governante ser amado, porém ser temido é essencial, pois o medo afugenta ciladas e golpes internos; devendo apenas se ater ao cuidado de não cometer atos imorais que possam trazer revoltas ou problemas futuros que incitem a rebelião da população. Deviam ser características essenciais de um bom governante a capacidade de aliar a compaixão com penas severas garantindo assim ordem social, além da dissimulação para ser visto como piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso diante da nação. Alertava também para o não moralismo quanto ao bem material de seu povo e sua nação, permitir saques de terras conquistadas era questão de motivação da tropa; tão importante era não confiscar heranças de inimigos poderosos, pois acreditava que é mais fácil um filho esquecer a morte do pai do que a perda de sua herança.
Maquiavel foi classificado como cruel e pessoa horrorosa por esta única obra, contudo ela não refletia seu real interesse e admiração pela política, sabia-se muito bem que sua preferência era por uma república democrática e que classificava em seus estudos os estados Puros como os que beneficiam o bem geral e os impuros aqueles que beneficiam o indivíduo governante.
Seu livro o Príncipe pode ter sido tanto uma tentativa de aproximar do governo e retomar seu cargo; ou uma descrição de como via o estado de Florença na época; ou até mesmo uma sátira (já que o texto foi escrito em linguagem popular ao invés da literária formal normalmente dirigida aos bem educados) para levar à população a reflexão sobre governo atual ao qual a população estava submetida.