A maior parte do comportamento humano é aprendida por imitação.
“Presenciar exemplos de comportamento agressivo dificilmente é algo catártico.” [Bandura]
“O comportamento foi parcialmente responsável por criar o ambiente, que por sua vez influenciou o comportamento.” [Bandura]
Nascido no Canadá, doutorou-se em psicologia e lecionou em Stanford. Recebeu diversos prêmios por sua contribuição à educação infantil e a Terapia Comportamental, foi também, presidente da Associação Americana de Psicologia.
Nas décadas de 40 e 50, o condicionamento behavorista onde recompensa e castigo eram adotados como moldadores do aprendizado, foi adotado em grande parte do ensino infantil. Tal linha de pensamento instigou Bandera a investigar a agressividade infantil quando crianças não são recompensadas por adultos ao ser violenta onde propôs inicialmente que a agressividade era aprendida por imitação de outros adultos em um processo de atenção, retenção, reprodução e motivação.
Realizou experimentos com um joão-bobo onde crianças de 3 a 6 anos observavam adultos com comportamento agressivos e passivos com relação ao boneco, o resultado mostrou que as crianças não só imitavam o comportamento visto como criavam novos modelos de agressão atingindo o boneco com outros brinquedos.
As pesquisas de Bandera suscitaram o debate sobre violência na mídia: se um adulto serve de exemplo, porque a TV não proporcionaria a mesma influência? Contudo seus experimentos não foram o suficiente para garantir um consenso entre os psicólogos já que foi possível mostrar estatisticamente que a violência pode tanto causar comportamento agressivos quanto um efeito catártico ou contrário, criando uma objeção à violência.
Bandeira deixou claro em seus estudos que aprender um comportamento violento não implica necessariamente em repeti-lo, e que existem portanto outros fatores à serem considerados como a percepção e a interpretação da criança. Atuou na aprendizagem social onde mostrou que meninos e meninas possuem comportamentos distintos por serem educados de forma distinta pelos pais, pois ao criarmos cada gênero involuntariamente às expectativas sociais estabelecidas é perpetuada a diferença entre os sexos na vida adulta.
Seu trabalho ainda é referência em discussões e influenciou a teoria cognitiva social,tendo abordado também o processo mental de aprendizagem sendo considerado um dos psicólogos mais influentes da atualidade.
Não é sábio negar que pais possuem grande influência na vida dos filhos, contudo num mundo onde a criança se relaciona com muitos além da própria televisão, percebe-se que os pais não são as únicas fontes de exemplo e imitação.
Apesar da agressividade infantil não implicar na existência de pais agressivos, já que um momento de desatenção e agressividade carregado de emoções pode causar mais impacto à criança que um cotidiano monótono e pacífico.
A solução para o problema não é simples, é impossível atualmente distanciar as crianças da tecnologia que as cerca; de outro modo a mídia tem se mostrado um meio eficiente que pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal. Enquanto as estatísticas científicas não chegam a um entendimento quantos aos benefícios e malefícios da exposição cabe aos pais decidirem o quão a TV pode influenciar o comportamento de seus próprios filhos.