Líderes permitem que pessoas talentosas trabalhem no que elas nasceram para fazer.
“Quem trabalha para ganhar dinheiro e não no que ama, acaba por não fazer dinheiro nem viver feliz.” [Charles M. Schwab]
Warren Bennis foi um dos mais jovens recrutas do exército americano durante a segunda guerra, posteriormente se tornou professor na escola de negócios do MIT e é apontado como referência no campo da liderança e gerenciamento. Seu livro “Leaders: Strategies for Taking Charge” está na lista dos 50 maiores de todos os tempos.
Empresas modernas são inclinadas a contratarem colaboradores com várias habilidades, contudo estudos em 2012 mostram que apenas 35% dos trabalhadores se auto avaliaram comprometidos com seu trabalho, e grande parte se disse subutilizado e sobrecarregado com tarefas incompatíveis com sua área de conhecimento.
O psicólogo Frederick Harzbergidentificou que o comprometimento no trabalho está intimamente relacionado a motivação com o trabalho, sendo consenso entre especialistas que salário não pode competir com a nem no médio nem no longo prazo, muito menos competir com a falta de satisfação e alinhamento com os objetivos. Trabalhadores que atuam na área que são capazes de se sobressair e possuem as ferramentas corretas são mais eficientes, felizes, produtivos; características que resultam em aumento de ganhos à empresa onde trabalham.
Apesar de uma prática adotada pela empresa americana 3Mdesde 1948; permitir que o colaborador dedique 20% de seu tempo a projetos de interesse próprio ganhou o mundo pela vitrine do Google. Contudo para alcançar tal sucesso, é necessário uma liderança diferenciada e o entendimento de que o chão da fábrica pode ser tão rico e construtivo quanto a diretoria e os acionistas. Trocar a volume pela eficiência, exigir resultado e não a presença, bem como criar um plano de carreira técnico são culturas corporativas difíceis de ser combatidas.
Thomas Edison cunhou a frase há mais de um século atrás: Talento é 1% inspiração e 99% transpiração. Claro que, como cientista, e detentor de grande conhecimento, o autor tinha a consciência que o conhecimento técnico é sim um atributo significativo a ser buscado em profissionais. Contudo, a frase veio lembrar que de nada adianta muita competência sem a atitude e comprometimento em atingir objetivos.
O alerta foi válido, grande parte das empresas tem suas contratações efetuadas principalmente com base em avaliação técnica, deixando a comportamental em segundo plano; o que não seria um erro, se grande parte das vagas não sobrecarregassem suas descrições com a necessidade de conhecimentos que nunca serão aplicados. Entre um técnico mediano de atitude e um bom técnico que se move apenas após atingir suas convicções, é fácil perceber quem trará mais resultado no dia a dia.
A área de TI em especial, passar por um sofrimento adicional; computadores ainda são vistos como “máquinas extraterrenas”pela sociedade o que traz ao profissional a percepção de talento único, imensurável e totalmente subutilizado. Enquanto na verdade estão despreparados para assumir desafios maiores e simplesmente não conseguem se comprometer com tarefas que julguem inadequadamente atrasadas por conta da rápida evolução tecnológica.
Infelizmente, descobrir o talento nato de uma pessoa não é algo alcançável com a simples pergunta: o que você quer ou gosta de fazer? Encontrar a essência profissional envolve experimentos além de inúmeros erros de atribuição, e talvez, por conta desta dificuldade seja mais simples costurar um comprometimento com qualquer atividade do que permitir que apenas o trabalho dos sonhos seja executado.