A declaração de independência ignorou metade da raça humana.
“A emancipação de qualquer classe depende do esforço de indivíduos que a ela pertencem” [Harriet Martineau]
Nascida na Inglaterra e filha de pais progressistas, trabalhou como jornalistas. Viajou 2 anos pelos EUA tendo como resultado um livro tecendo uma crítica ao modelo social lá implementado.
A Declaração de Independência americana trazia consigo o direito do Homem de viver, ser livre e buscar sua própria felicidade. Apesar de revolucionária em sua época, tal declaração democrática estava muito mais para a teoria do que para a prática.
Harriet considerava que uma sociedade deveria ser classificada, quanto a sua civilidade, pela capacidade e condições dos indivíduos que nela vive; e neste ponto a parca noção de liberdade americana de sua época era uma mentira uma vez que o motor econômico do país era fortemente baseado em mão de obra escrava. A jornalista também ressaltou que as mulheres tinham pouco ou nenhum direito que não fosse o de se concentrar em ter um bom casamento.
Levando-se em conta que metade da população mundial é composta por mulheres, imaginar que toda esta parcela possuía direito algum ou bem limitado é o mesmo que assumir que vivíamos numa sociedade onde metade da população tinha total poder sobre a outra, e que isto era tudo, menos uma democracia.
Em sua época já existia um movimento para que as mulheres tivessem direito ao voto ou educação, contudo Harriet foi além e trouxe para a discussão as limitações impostas a liberdade da Mulher tanto no ambiente público ou doméstico.
Muito comum a crítica a ditaduras ou sociedades que fogem do padrão democrático ocidental, no entanto devemos nos perguntar o quão democrático ou civilizada é a nossa sociedade? Se levarmos em conta que os direitos nela existente não se aplicam ou não podem ser usufruídos por uma grande parcela da população.